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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Todo gestor público deveria andar a pé em sua cidade

 

Voltando a escrever em 2021 após alguns dias de recesso onde fui, com muito cuidado e zelo, visitar minha mãe no Rio Grande do Sul. Mais precisamente em Santa Maria. Sim, aquela da Boate Kiss que ceifou a vida de 241 jovens e os culpados continuam impunes (escreverei oportunamente sobre a tragédia que dia 27 completa 8 anos).

Em referência ao título, como em Santa Maria não existem pistas de caminhadas (até existem em alguns pontos da cidade, mas fechados devido a pandemia) como aqui temos em Porto Velho o Skate Park e o Espaço Alternativo, só para citar os mais famosos e maiores. Com isso, quem deseja praticar o saudável hábito da caminhada necessita se aventurar nas calçadas da cidade.

Assim como Porto Velho, Santa Maria também
foi uma cidade ferroviária

Desta forma, me deparei com uma série de pequenos problemas que a grande maioria das cidades enfrenta, mas que os gestores públicos acabam por deixar pra lá. Mas pelo lado positivo acabamos por ver a cidade com outros olhos e em mais detalhes.

Com as caminhadas redescobri minha cidade (pelo menos a zona mais central por onde caminhei). E percebi que é um problema crônico que nos afeta também que são as calçadas. Ora esburacadas, mal conservadas, ora fora de padrão. Esta situação deixa a desejar em acessibilidade a pessoas com necessidades especiais de locomoção e com problemas de visão. No entanto, perdemos feio em civilidade, pois grande parte dos semáforos e faixas de pedestres são muito bem sinalizados.

Outro problema crônico são os terrenos –poucos é bem verdade – abandonados em áreas nobres da cidade. Mas o que mais me chamou a atenção nesta visita de poucos dias é o descaso com as praças públicas. Quando era criança/jovem as praças eram atrativo para as famílias. Íamos brincar mesmo sem os pais. Desta vez me surpreendi com o abando da manutenção e a ocupação por usuários de drogas que consomem seus baseados natural e despreocupadamente.

Nas caminhadas também percebi a preocupação de parcela consciente da população em se proteger com a utilização de máscara. Pouquíssimas pessoas sem o acessório obrigatório, exceto nos bares e restaurantes.

Outro ponto que merece a atenção é a implantação da Zona Azul, que por estas bandas é tão contestada, e por lá muito utilizada em toda região considerada central. Os pontos de estacionamento foram muito reduzidos, permitindo maior fluidez no trânsito. Nos locais permitidos e com Zona Azul paga-se a partir de 15 minutos. Com isso também cresceu muito os estacionamentos particulares e a utilização do transporte coletivo, taxis e aplicativos, que por ser mais barato que duas horas de estacionamento, por exemplo, acabam por compensar o uso.

Com estes poucos exemplos citados, quero deixar claro que não é uma crítica, mas um pedido aos nossos gestores. Andem por nossa cidade. Conheçam verdadeiramente nossa cidade. Sintam na pele o que a população passa para que se busquem soluções criativas aos problemas mais simples, para que estes não se agravem.

A mobilidade urbana será, juntamente com o problema do lixo, água e saneamento, um dos mais graves problemas a ser enfrentado pelo atual e futuros gestores, tendo em vista que a cidade irá crescer, o número de pessoas circulando será maior e a quantidade de carros também. Portanto, pensar a cidade para os próximos 50 anos (pelo menos) é vital.

Fica então meu apelo para que todos nós caminhemos pela nossa cidade e descubramos a dor e a delícia de viver aqui. Apontar soluções criativas, ajudar na melhoria e na qualidade de vida. Este também é nosso papel. Portanto, caminhemos. E a realidade de sua cidade, como é? Diferente dessa que descrevi?

 

 

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