Voltando a escrever em 2021 após
alguns dias de recesso onde fui, com muito cuidado e zelo, visitar minha mãe no
Rio Grande do Sul. Mais precisamente em Santa Maria. Sim, aquela da Boate Kiss
que ceifou a vida de 241 jovens e os culpados continuam impunes (escreverei
oportunamente sobre a tragédia que dia 27 completa 8 anos).
Em referência ao título, como em
Santa Maria não existem pistas de caminhadas (até existem em alguns pontos da
cidade, mas fechados devido a pandemia) como aqui temos em Porto Velho o Skate
Park e o Espaço Alternativo, só para citar os mais famosos e maiores. Com isso,
quem deseja praticar o saudável hábito da caminhada necessita se aventurar nas
calçadas da cidade.
Assim como Porto Velho, Santa Maria também foi uma cidade ferroviária |
Desta forma, me deparei com uma série de pequenos problemas que a grande maioria das cidades enfrenta, mas que os gestores públicos acabam por deixar pra lá. Mas pelo lado positivo acabamos por ver a cidade com outros olhos e em mais detalhes.
Com as caminhadas redescobri
minha cidade (pelo menos a zona mais central por onde caminhei). E percebi que
é um problema crônico que nos afeta também que são as calçadas. Ora
esburacadas, mal conservadas, ora fora de padrão. Esta situação deixa a desejar
em acessibilidade a pessoas com necessidades especiais de locomoção e com
problemas de visão. No entanto, perdemos feio em civilidade, pois grande parte
dos semáforos e faixas de pedestres são muito bem sinalizados.
Outro problema crônico são os
terrenos –poucos é bem verdade – abandonados em áreas nobres da cidade. Mas o
que mais me chamou a atenção nesta visita de poucos dias é o descaso com as
praças públicas. Quando era criança/jovem as praças eram atrativo para as
famílias. Íamos brincar mesmo sem os pais. Desta vez me surpreendi com o abando
da manutenção e a ocupação por usuários de drogas que consomem seus baseados
natural e despreocupadamente.
Nas caminhadas também percebi a
preocupação de parcela consciente da população em se proteger com a utilização
de máscara. Pouquíssimas pessoas sem o acessório obrigatório, exceto nos bares
e restaurantes.
Outro ponto que merece a atenção
é a implantação da Zona Azul, que por estas bandas é tão contestada, e por lá
muito utilizada em toda região considerada central. Os pontos de estacionamento
foram muito reduzidos, permitindo maior fluidez no trânsito. Nos locais
permitidos e com Zona Azul paga-se a partir de 15 minutos. Com isso também
cresceu muito os estacionamentos particulares e a utilização do transporte
coletivo, taxis e aplicativos, que por ser mais barato que duas horas de estacionamento,
por exemplo, acabam por compensar o uso.
Com estes poucos exemplos citados,
quero deixar claro que não é uma crítica, mas um pedido aos nossos gestores.
Andem por nossa cidade. Conheçam verdadeiramente nossa cidade. Sintam na pele o
que a população passa para que se busquem soluções criativas aos problemas mais
simples, para que estes não se agravem.
A mobilidade urbana será,
juntamente com o problema do lixo, água e saneamento, um dos mais graves
problemas a ser enfrentado pelo atual e futuros gestores, tendo em vista que a
cidade irá crescer, o número de pessoas circulando será maior e a quantidade de
carros também. Portanto, pensar a cidade para os próximos 50 anos (pelo menos)
é vital.
Fica então meu apelo para que
todos nós caminhemos pela nossa cidade e descubramos a dor e a delícia de viver
aqui. Apontar soluções criativas, ajudar na melhoria e na qualidade de vida.
Este também é nosso papel. Portanto, caminhemos. E a realidade de sua cidade,
como é? Diferente dessa que descrevi?
Nenhum comentário:
Postar um comentário